Introdução

                                             

 

Amazônia gera um interesse crescente no meio da pesca esportiva. Cada vez mais "mosqueiros" ou "flyzeiros" * norte americanos e mais recentemente europeus viajam pelos estados Amazônicos Ã  procura de novas emoções. Se a pesca com mosca na América subtropical ainda esta no inicio, Ã© claro que a modalidade vai se desenvolver rapidamente e virar uma grande técnica do futuro. Mas, no entanto, falta de mentores locais, os alguns aficionados da mosca são obrigados a inspirar-se largamente da escola norte-americana, ao ponto de raramente utilizar outro genérico  que " flyfishing" para nomear esta técnica, sem que seja realmente empregada a tradução literal.

Mas, já podemos apostar e desejar que logo vai emergir destas influencias uma escola amazônica independente.

                 tucunaré açu do rio Nhamunda

No contexto amazônico, quando evoca-se o conceito de pesca com mosca, obrigatoriamente  fazemos abstração de qualquer evocação entomológica da disciplina, tanto as oportunidades de pesca com mosca flutuante tradicional pertencem à exceção, para não falar de anedota pura e simples, e aparecem tão raras que não poderiam servir de fundamento para uma técnica provada e governada por regras constantes e imutáveis

Na selva, a natureza é generosa, e isso em todas as manifestações, sejam de ordem floral ou faunistico. O reino dos insetos não é esquecido, e estas remotas regiões da América do Sul permanecem um paraíso para o entomologista. As eclosões susceptíveis de interessar os emulados de Halford**, são extremamente abundantes. Há milhares de espécies de tricopteros, efeméridas, sialis, e mesmo ao anoitecer verdadeiros tapetes de imagos mortes na superfície dos rios e lagos. Mas também  gafanhotos, grilos e para fechar este inventário não-exaustivo,  besouros entre os  maiores do planeta.

Numa palavra, encontre-se na América tropical tudo o que estaria, segundo as normas dos países temperados, capaz de atrair para a superfície todo um mundo aquático, que por obscuras razões que tem sem duvida as suas respostas na etologia comparada, parece  provar uma propensão alimentar extremamente limitada para os insetos

               

Só alguns peixinhos cujo tamanho não deve exceder este dum lambari, e que apresentam  um interesse esportivo menor, parecem subir realmente e regularmente sobre verdadeiras eclosões de pequenos epheméridas e chironomidades ao anoitecer. Também não iremos até afirmar que um gordo besouro caído acidentalmente na agua não será engolido por um predador. Mas, o tamanho destes insetos é tal que é difícil imaginar outra coisa do que um popper marinho como sendo susceptível de constituir uma imitação ou pelo menos uma possível figuração deles.

E, excepto ignorância ou defeito de conhecimento de nossa parte, o que não estaria excluído, considerando a imensidade dum meio onde  ainda quase tudo tem que ser descoberto, parece certo que o " mosqueiro" apenas desembarcado das regiões temperadas do planeta, deve ter a humildade de esquecer a quase-totalidade da sua experiência passada, e conservar unicamente alguns elementos fundamentais como a base do arremesso, que embora imutável seja sujeita a adaptação circunstancial ou ainda as suas algumas tentativas com streamers sobre  black-bass ou salmonideos em aguas correntes e paradas.

Este site é dedicado como o seu nome o indica inicialmente às pescas com mosca amazônicas. Mas sobre este genérico é necessário entender pesca nas florestas das chuvas, mas também nos mangais que por definição também são selvas situadas nas mesmas regiões do planeta, e que abrigam varias espécies de peixes de grande interesse para os apaixonados que somos.

 

* mosqueiro, " flyzeiro" : neste site, usaremos destas palavras de preferência a " flyfisherman"

** Frederic Halford: famoso pescador com mosca inglês do XIX século. Ele foi o primeiro a ligar a entomologia Ã  pesca com mosca.

 

 

 

 


 

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